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Economista Bernard Appy palestra em evento da Sefaz sobre transparência e avaliação dos gastos tributários

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- - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

O economista Bernard Appy, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e idealizador de proposta de reforma tributária em análise no Congresso Nacional, conduziu na manhã desta quinta-feira (1º/12) a palestra de abertura do “Seminário Transparência e Avaliação dos Gastos Tributários: o Caso do ICMS”, promovido pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz RS). O evento que tem como objetivo apresentar as iniciativas em curso e os resultados do trabalho já realizado na atual gestão a respeito da transparência e gestão dos benefícios fiscais do ICMS, contou a presença do secretário de Fazenda, Leonardo Busatto, do ex-governador do Estado e atual membro da equipe econômica de transição do governo federal, Germano Rigotto, do secretário do Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin, do subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, além de especialistas do Brasil e Estado, da academia, do governo e do setor privado que debateram algumas importantes questões em torno da política de benefícios fiscais.

Appy iniciou sua apresentação trazendo um breve resumo sobre as propostas de reforma tributária atualmente em discussão no Congresso Nacional: a PEC 45 (da Câmara dos Deputados) e a PEC 110 (do Senado Federal), que contemplam a substituição do ICMS por um imposto sobre bens e serviços, de base ampla e com gestão compartilhada. No caso da PEC 45, o ICMS (estadual), o ISS (municipal) e as contribuições para o PIS, a Cofins e o IPI (federais) seriam substituídos por um único imposto sobre bens e serviços (IBS). No caso da PEC 110, o ICMS e o ISS seriam substituídos pelo IBS, e a União cobraria uma contribuição sobre bens e serviços (CBS).

Bernard Appy. Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

“Neste modelo, a participação dos estados é essencial, não apenas pelo fato de que o ICMS corresponde à maior parcela da arrecadação que será substituída pelo IBS, mas também pelo fato de que a atuação dos estados será fundamental para o sucesso do modelo de gestão compartilhada do IBS que está sendo proposto. Por isso, aproveito o momento para parabenizar a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul pela iniciativa de propor esse debate, e também parabenizar o ex-governador, Germano Rigotto que é uma das pessoas que mais conhece o tema no Brasil e um dos políticos que mais trabalhou na sua vida pública pelo avanço da reforma tributária”, afirmou Appy.

Leonardo Busatto, ressaltou a importância de o Seminário ser realizado na Assembleia Legislativa e transmitido de forma virtual. “Fato de estarmos na Assembleia também é simbólico nesse debate sobre tributação e benefícios fiscais, nada vai avançar ou poderá ser feito sem a anuência, votação e aprovação dos legítimos representantes do povo, que aqui são os deputados estaduais. Essa é a legitima Casa do Povo e espero que possamos sair ao final desse evento com mais respostas do que dúvidas e que este seminário possa dar luz e racionalidade a um debate que é sempre muito acalorado em todos os níveis e esferas da federação, especialmente no Rio Grande do Sul”.

O ex-governador Germato Rigotto, destacou o nível dos palestrantes, debatedores e especialistas, como Bernard Appy, que é um dos idealizadores e incentivadores da reforma tributária. “Esse seminário é muito oportuno, estamos em um período de transição de governo, no qual eu fui convocado para dar sugestões com relação a indústria, comércio e serviços e dentro dessa transição não poderia rejeitar o convite de fazer os apontamentos que entendo que devo sobre desenvolvimento, reindustrialização e competitividade da nossa indústria, comércio e setor de serviços. E quando vejo esse seminário acontecendo, e que tem tudo a ver com esse debate que se está travado na transição e ainda com a presença de Bernard Appy, uma figura que tem um papel fundamental no avanço da reforma tributária, novamente me orgulho desta Secretaria da Fazenda que é exemplo pro Brasil em termos de produtividade e atividade”.

O coordenador do Grupo Técnico responsável pelo estudo dos benefícios fiscais conduzido no Rio Grande do Sul, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cedido à Sefaz, Sérgio Wulff Gobetti, enfatiza que um dos maiores gargalos no campo dos gastos tributários, no âmbito nacional e estadual, é a falta de informações disponibilizadas pelos órgãos. “Embora ainda exista muito o que aprimorar em termos de transparência, o Rio Grande do Sul está muito à frente da média nacional – há estados em que a informação é zero. Nesse quesito, aliás, levantamento atualmente em curso no Comitê Nacional de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) revela que o Rio Grande do Sul é um dos estados com melhor disponibilidade de dados”.

 

                Devolve ICMS: exemplo de justiça tributária

Um dos pontos elogiados pelo economista Bernard Appy a respeito da reforma tributária gaúcha, executada em 2020, foi a implementação do programa Devolve ICMS, que é hoje referência a nível nacional e que foi resultado dos avanços que a Sefaz alcançou nos estudos sobre as desonerações via isenções e reduções de base de cálculo, que revelaram seu limitado impacto distributivo em favor dos mais pobres.

“Gosto muito do programa “Devolve ICMS”, que restitui às famílias de baixa renda o imposto incidente em suas compras. Este modelo deve servir de referência para a reforma tributária que está sendo discutida no Congresso Nacional, pois tanto a PEC 45 como a PEC 110 preveem um sistema de devolução do imposto para as famílias de baixa renda semelhante ao adotado pelo Rio Grande do Sul”, afirma Appy.

O economista também afirma que o Devolve ICMS é um programa muito bem desenhado, pois permite beneficiar as famílias de baixa renda, pois trata-se de um mecanismo de política social mais eficiente que a desoneração da cesta básica, pois as famílias ricas consomem mais produtos da cesta básica que as famílias mais pobres. “Isso significa que, em valores que deixam de ser arrecadados com a desoneração da cesta básica, a perda de arrecadação por família é maior no caso das famílias ricas que no caso das famílias pobres. O Devolve ICMS é muito mais focalizado, ou seja, beneficia as famílias de menor renda, mas não reduz a tributação do consumo das famílias de renda mais elevada”, concluí Bernard.

O programa visa devolver ICMS para famílias de baixa renda e abrange famílias cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) com base nos critérios de que receba o benefício do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) ou que cujo titular familiar tenha algum dependente matriculado na rede estadual de ensino médio regular. Essa devolução tem o intuito de garantir uma maior justiça tributária, pois em relação à sua renda as famílias mais pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos.

Além da abertura, outras três mesas de debate foram organizadas: a primeira sobre a avaliação dos impactos econômicos dos benefícios fiscais do ICMS; a segunda sobre a transparência na divulgação dos gastos tributários; e a terceira e última sobre os impactos distributivos das desonerações e a escolha entre mecanismos de desoneração por produto ou para pessoas.

Para assistir a palestra de abertura e a programação desta manhã clique aqui.

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